Não negues os teus lábios
aos seus lábios
depois dos lábios seus
beijarem o teu falo
Porque se o néctar
sabe a fel para ti
à donzela generosa soube a mel
Deixa pois teu coração
aberto ao mel
deixa beijar os teus lábios
não resistas
De contrário, meu anjo
és todo fel
e tua alma
é um ninho de fascistas
quarta-feira, 29 de março de 2017
quarta-feira, 1 de março de 2017
#42 - QUADRILHA, Carlos Drummond de Andrade
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
domingo, 19 de fevereiro de 2017
#41 -VIDA E OBRA, Antônio Carlos de Brito
você sabe o que Kant dizia?
que se tudo desse certo no meio também
daria no fim dependendo da idéia que se
fizesse de começo
e depois -- para ilustrar -- saiu dançando um
foxtrote
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017
#40 - REFLEXO CONDICIONADO, Antônio Carlos de Brito
Pense rápido:
Produto Interno Bruto
ou
brutal produto interno
?
Produto Interno Bruto
ou
brutal produto interno
?
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017
#39 - MUDA AOS CINCO, ACABA AOS DEZ, Dick Hard
Fui-te à cona, fui-te ao cu
obriguei-te a fazer broche
fiz-te vir em catadupas
mas no fim fui teu fantoche
obriguei-te a fazer broche
fiz-te vir em catadupas
mas no fim fui teu fantoche
segunda-feira, 23 de janeiro de 2017
#38 - JOGOS FLORAIS I, Antônio Carlos de Brito
Minha terra tem palmeiras
onde canta o tico-tico.
Enquanto isso o sabiá
vive comendo o meu fubá.
Ficou moderno o Brasil
ficou moderno o milagre:
a água já não vira vinho,
vira direto vinagre.
onde canta o tico-tico.
Enquanto isso o sabiá
vive comendo o meu fubá.
Ficou moderno o Brasil
ficou moderno o milagre:
a água já não vira vinho,
vira direto vinagre.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2017
#37 - PROVA D'AMOR, Dick Hard
Minete é prova d'amor
se tu o souberes provar
mete a língua com cuidado
para o amor não estragar
se tu o souberes provar
mete a língua com cuidado
para o amor não estragar
segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
#36 - CHORA À VONTADE, FILHA, Dick Hard
Só te quero dar orgasmos
Se não forem vaginais
Qu'ejacules à vontade
Das bolsas lacrimais
Se não forem vaginais
Qu'ejacules à vontade
Das bolsas lacrimais
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
#35 - DESPESA PÚBLICA, Dick Hard
Suava ele atrás da call-girl; suava eu à frente da pequena
Ele enfiava, convicto da vitória; eu penetrava, ciente da glória
Desafiou-me, impante de tesão; e proferiu, ciclone em vozeirão:
"Ó Zé, o último a vir-se paga a despesa!"
Ele enfiava, convicto da vitória; eu penetrava, ciente da glória
Desafiou-me, impante de tesão; e proferiu, ciclone em vozeirão:
"Ó Zé, o último a vir-se paga a despesa!"
terça-feira, 3 de janeiro de 2017
#34 - OS POETAS SÃO P'RA DEVORAR À COLHERADA, Dick Hard
Os poetas comem-se uns aos outros
na ânsia do martelo de Thor
das vísceras poéticas do potros
do soneto em dó maior
Os poetas são p'ra devorar à colherada
trincar as palavras com desdém
a poesia não tem hora marcada
não se compra ao quilo ou ao vintém
Trituram-se os versos sem piedade
as estrofes chovem nos rios a sul do norte
um vate é animal de soledade
sempre em busca de si até à morte
Os poetas não são mais que canibais
comem-se a eles e não sobra nada
diluem-se no fervor dos bacanais
apagam-se a sonhar co'a boa fada.
na ânsia do martelo de Thor
das vísceras poéticas do potros
do soneto em dó maior
Os poetas são p'ra devorar à colherada
trincar as palavras com desdém
a poesia não tem hora marcada
não se compra ao quilo ou ao vintém
Trituram-se os versos sem piedade
as estrofes chovem nos rios a sul do norte
um vate é animal de soledade
sempre em busca de si até à morte
Os poetas não são mais que canibais
comem-se a eles e não sobra nada
diluem-se no fervor dos bacanais
apagam-se a sonhar co'a boa fada.
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